A escuta analítica acolhe o que a sociedade rejeita, abre espaço para a invasão dos bárbaros, do infantil. A psicanálise se dedica à escuta do infantil, e "infans" é o que não fala, ao menos não fala a língua da civilidade. O paciente é inocente e imaturo (infantil), e por outro lado é voraz e impaciente (bárbaro).
Deve-se abrir espaço para o incomunicável no consultório analítico. O encontro do analista e do paciente dá lugar ao excluído da sociedade e não deixa de sofrer os embates deste momento em sua impetuosidade. Esse encontro se dá às margens da civilização.
Desta forma, a Psicanálise proporciona um encontro inviável, impossível, insatisfatório, mas suficientemente bons, pois o que é ignorado na sociedade, pode ser dito e ouvido na análise.
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