quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O fetichismo

O nome fetiche vem da palavra portuguesa feitiço, e tem um sentido de algo a que se dedica um grande interesse, como uma idolatria. O fetichismo é visto pela psiquiatria como um transtorno de preferência sexual, e se caracteriza pela obtenção de prazer utilizando algum objeto, como sapato, calcinha, entre outros. A psicanálise entende o fetichismo como uma perversão da maneira normal de se obter prazer. Essa pequena descrição é certamente reducionista, pois há nuances infindáveis vistas em diferentes pessoas ditas fetichistas, e é exatamente isso que não se pode perder de vista. Qualquer nomenclatura dada ao que uma época e uma sociedade definiu como problema não deve ser foco na compreensão de uma pessoa, ou incorre-se no erro de perder o indivíduo de vista e de reduzir a escuta clínica dele.
Atualmente a visão social sobre essa maneira de se obter prazer tem mudado. Há na mídia muitas propagandas de sapatos e de calcinhas usadas de forma sensual pelas modelos, insinuando um incentivo a utilização do fetiche em questão. E se há esse incentivo, supomos a maior aceitação social destes objetos em toda prática sexual. Surgiu há pouco tempo também um site que visa mobilizar grupos interessados em retirar o diagnóstico psiquiátrico de sadomasoquismo, fetichismo e transvestismo dos Manuais de Saúde Mental.
O fato é que a sexualidade humana não pode ser entendida como algo com exclusiva finalidade reprodutiva, a coisa é muito mais complexa. E sendo um comportamento que tem como influências valores culturais historicamente construídos, é dinâmico, e está em plena mudança, e a mudança na sociedade reflete mudanças na ciência. Talvez então hoje em dia, assim como em outras épocas isso também já ocorreu, esteja se formando uma nova compreensão do que é patológico dentro do campo da sexualidade humana.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

fichamento - "Cinco lições de psicanálise" - Freud

FICHAMENTO
"Cinco lições de Psicanálise"
FREUD, Sigmund
Palavras-Chave: Histeria, inconsciente, repressão, associação livre, transferência, perversão.
Local de Publicação: Leipzig e Viena


Resumo
O livro deste fichamento traz Sigmund Freud expondo sinteticamente suas idéias a um público não especializado. Os principais conceitos da psicanálise que acabavam de surgir a partir das pesquisas realizadas por Freud e outros médicos interessados são esboçados nas lições deste livro, tais como consciente, inconsciente, repressão, transferência, associação livre, entre outros.


Resenha
Em 1909, durante sua primeira e única viagem aos Estados Unidos, Sigmund Freud proferiu cinco conferências para um público não especializado. A reunião destas compõe o livro "Cinco lições de psicanálise".
Introduzindo o público à psicanálise através de sua história, Freud expõe, na primeira lição, o problema da histeria e como a psicanálise trouxe nova luz ao tratamento desta, que não era encarada como uma doença antes de suas pesquisas com o Dr. Breuer.
Na segunda lição, Freud justifica seu distanciamento em relação aos outros estudiosos quanto ao tratamento da histeria. Distingue o aparelho psíquico do cérebro humano ou de qualquer outra parte do corpo. No entanto, reconhece que os distúrbios do aparelho psíquico podem se refletir no corpo, causando sintomas histéricos. Explica o processo de repressão utilizando-se dos conceitos de consciente e inconsciente – a repressão seria o conteúdo repelido do consciente para o inconsciente.
Na terceira lição, Freud fala sobre a ineficácia da hipnose como forma de acesso ao inconsciente, recorrendo a outros métodos mais eficazes: a associação livre e a interpretação dos sonhos, dos chistes e dos atos falhos de linguagem.
A sexualidade infantil é tratada na quarta lição, além de assuntos como a perversão e o complexo de Édipo.
E finalmente, na quinta lição, Freud discorre sobre a regressão como um mecanismo de defesa do aparelho psíquico. Fala ainda sobre o fenômeno da transferência no processo terapêutico.



Glossário Temático
Histeria: Classe de neuroses que apresenta quadros clínicos muito variados. As duas formas sintomáticas mais bem identificadas são a histeria de conversão, em que o conflito psíquico vem simbolizar-se nos sintomas corporais mais diversos, paroxísticos ou mais duradouros, e a histeria de angústia, em que a angústia é fixada de modo mais ou menos estável neste ou naquele objeto exterior.
Consciência: Segundo a teoria metapsicológica de Freud, a consciência seria função do sistema percepção-consciência que está situado na periferia do aparelho psíquico, recebendo ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as provenientes do interior (sensações e memórias).
Inconsciente: Um dos sistemas definidos por Freud no quadro de sua primeira teoria do aparelho psíquico. É constituído por conteúdos recalcados aos quais foi recusado o acesso ao consciente.
Repressão: Operação psíquica que tende a fazer desaparecer da consciência um controle do desagradável ou inoportuno: Idéia, afeto etc.
Associação livre: Método que consiste em exprimir indiscriminadamente todos os pensamentos que ocorrem a mente, quer a partir de um elemento dado (palavra, número, imagem de um sonho), quer de forma espontânea.
Transferência: Processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de ralação estabelecida com eles, e eminentemente, no quadro da relação analítica.
Perversão: Desvio em relação ao ato sexual "normal", definido este como coito que visa a obtenção do orgasmo por penetração genital, com uma pessoa do sexo oposto.



Citações
"Os histéricos e neuróticos (...) não só recordam acontecimentos dolorosos que se deram há muito tempo, como ainda se prendem a eles emocionalmente; não se desembaraçam do passado e alheiam-se por isso da realidade e do presente. Essa fixação da vida psíquica aos traumas patogênicos é um dos caracteres mais importantes da neurose e dos que têm maior significação prática."
"A hipnose encobre a resistência, deixando livre e acessível um determinado setor psíquico, em cujas fronteiras, porém, acumula as resistências, criando para o resto uma barreira intransponível."
"A ansiedade é uma das reações do ego contra desejos reprimidos violentos, e daí perfeitamente explicável a presença dela no sonho, quando a elaboração deste se pôs excessivamente a serviço da satisfação daqueles desejos reprimidos."
"Chegamos aqui a mesma conclusão do exame de sonhos, isto é, que foram os desejos duradouros e reprimidos da infância que emprestaram a formação dos sintomas a força sem a qual teria decorrido normalmente a reação contra traumatismos posteriores. Estes potentes desejos da infância hão de ser reconhecidos, porém, em sua absoluta generalidade, como sexuais."
"A transferência surge espontaneamente em todas as relações humanas e de igual modo nas que o doente entretém com o médico; é ela, em geral, um verdadeiro veículo da ação terapêutica, agindo tanto mais fortemente quanto menos se pensa em sua existência."
"O desejo inconsciente escapa a qualquer influencia, é independente das tendências contrárias, ao passo que o consciente é atalhado por tudo quanto, igualmente consciente, se lhe opuser."


Biografia do Autor
Autor
FREUD, Sigmund
Ano de Nascimento 1856
Ano de Falecimento 1939
Local de Nascimento Freiberg
Estado de Nascimento Moravia
País de Nascimento Império Austro-Húngaro
Breve Histórico
1856- Nasce Sigmund Freud, a 6 de maio.
1859- Outubro: a família de Freud muda-se para Viena.
1865- Sigmund Freud entra para o liceu (Gynasium)
1873- Gradua-se no Gynasium; Ingressa no curso de Medicina, na Universidade de Viena.
1876-1882- Trabalha no laboratório de Fisiologia, de Brücke
1881- Obtém seu grau em Medicina.
1882- Breuer termina o tratamento de Ana O; começa a trabalhar no Hospital Psiquiátrico, sob orientação de Theodor Meynert.
1884-1885- Realiza experimentos com a cocaína.
1885-1886- De outubro a março, estagia em La Salpetriere, Paris, com Charcot
1886- Em abril abre seu primeiro consultório; em setembro casa-se com Martha Bernays; em novembro conhece Emil Fliess
1887-1888- Sigmund Freud estuda o uso da hipnose.
1889- Estagia em Nancy, com Liebault e Bernheim
1889-1890- Início da amizade com Fliess
1891- Muda-se para Bergasse, 19, onde viverá quase 40 anos.
1893-1894- Trabalha com Breuer na confecção dos Estudos sobre a Histeria
1895- Publica com Breuer Estudos Sobre a Histeria; analisa os próprios sonhos
1896- Usa o termo Psicanálise pela primeira vez
1897- Começa sua auto-analise.
1899- Publica A Interpretação dos Sonhos.
1901- Inicia a análise de Dora, uma moça de 18 anos.
1902- É nomeado professor da Universidade de Viena; funda a Sociedade Psicológica das Quartas-feiras.
1905- Publica vários importantes trabalhos. Entre eles:· Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade,· Os Chistes e Suas Relações com o Inconsciente· Fragmentos da Análise de um Caso de Histeria
1909- Visita, pela única vez, os Estados Unidos, como conferencista convidado para as comemorações do jubileu da Clark University, em Wochester.
1906- 1913- Amizade com Carl Gustav Jung
1910- Funda a International Psycho-Analytical Association, da qual Jung é o primeiro presidente.
1923- Primeira de uma de muitas operações no maxilar, para controlar um câncer.
1933- Hitler torna-se Chanceler da Alemanha
1938- A Áustria é anexada à Alemanha; a casa de Freud e a Associação Vienense de Psicanálise são vasculhadas; Ana Freud é presa e interrogada pela Gestapo. Em junho, emigra para a Inglaterra
1939- Morre, a 23 de setembro, em Londres

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Perversão: linha tênue entre normalidade e patologia.

No texto "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade" de 1905, Capítulo I – "As aberrações sexuais", no tópico "Desvios com respeito ao alvo sexual" Freud fala que "mesmo no processo sexual mais normal reconhecem-se os rudimentos daquilo que, se desenvolvido, levaria às aberrações descritas como perversões." (p.40)
E ao fazer considerações gerais sobre as perversões, fala: "Em nenhuma pessoa sadia falta algum acréscimo ao alvo sexual normal que se possa chamar de perverso, e essa universalidade basta, por si só, para mostrar quão imprópria é a utilização reprobatória da palavra perversão. Justamente no campo da vida sexual é que se tropeça com dificuldades peculiares e realmente insolúveis, no momento, quando se quer traçar uma fronteira nítida entre o que é mera variação dentro da amplitude do fisiológico e o que constitui sintomas patológicos. Ainda assim, em muitas dessas perversões a qualidade do novo alvo sexual é de tal ordem que requer uma apreciação especial. Algumas delas afastam-se tanto do normal em seu conteúdo que não podemos deixar de declará-las "patológicas", sobretudo nos casos em que a pulsão sexual realiza obras assombrosas (lamber excrementos, abusar de cadáveres) na superação das resistências (vergonha, asco, horror ou dor)."(p.52-53)
Sobre a dificuldade em se traçar a divisória entre o normal e o patológico Freud diz: "Na maioria dos casos podemos encontrar o caráter patológico da perversão, não no conteúdo do novo alvo sexual, mas em sua relação com a normalidade. Quando a perversão não se apresenta ao lado do alvo e do objeto sexuais normais, nos casos em que a situação é propícia a promovê-la e há circunstâncias desfavoráveis impedindo a normalidade, mas antes suplanta e substitui o normal em todas as circunstâncias, ou seja, quando há nela as características de exclusividade e fixação, então nos vemos autorizados, na maioria das vezes, a julgá-la como um sintoma patológico."(p.53)
Contribuindo para a discussão o Psicólogo; psicanalista; Doutor em Psicopatologia Fundamental Paulo Roberto Ceccarelli diz "...mais do que discutir a normalidade ou a patologia de determinada expressão da sexualidade, o que interessa é determinar os movimentos pulsionais e os processos identificatórios que levaram a construção daquela dinâmica psicossexual particular." in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, III, 3, 18-37, set. 2000
"... as manifestações da sexualidade, tanto as "normais" quanto aquelas que fogem à norma, devem ser compreendidas não como problemas mas, antes, como soluções." Paulo Roberto Ceccarelli in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, III, 3, 18-37, set. 2000
"Dispondo-se a escutar um sujeito que fala de seu sofrimento, de suas paixões, de seu pathos, a Psicopatologia Fundamental transforma a narrativa do sujeito. Por não ocupar o lugar do orthos, do correto, da ortodoxia, a Psicopatologia Fundamental vai especificar uma posição teórico-clínica que se propõe, baseada na ruptura freudiana, "criar" uma psicopatologia própria para cada sujeito que lhe permita transformar em experiência as manifestações de seu pathos." Paulo Roberto Ceccarelli in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, III, 3, 18-37, set. 2000
"Na clínica, o sexual dos Ideais pode produzir efeitos perversos. Os complexos inconscientes infantis, que a transferência reatualiza, correm sempre o risco de provocar, entre analista e analisando, a instalação desta forma de sexual. Enquanto a sexualidade pré-genital, genital, ou ainda perversa, é facilmente detectável, o sexual sem nome que os Ideais evocam pode fazer com que o sujeito, num narcisismo mortífero, entregue-se de corpo e alma ao gozo suposto do outro que o analista encarna, levando-o a renunciar as modificações que conseguiu, graças à análise, para manter este lugar imaginário. A essência do trabalho analítico é a de descobrir, em cada caso, o procedimento adequado para que este tipo de sexual, ao invés de conduzir à uma nova forma de alienação, transforme-se numa força ativa que permita o sujeito fazer o luto das identificações. Quanto ao analista, cuja escuta não é imune a seus próprios complexos inconscientes e à sua própria organização identificatória, ele não está ao abrigo desta forma do sexual." Paulo Roberto Ceccarelli. "SEXUALIDADE E PRECONCEITO" in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, III, 3, 18-37, set. 2000
"...a perversão pode ser considerada uma chave interpretativa de numerosos processos sociais da atualidade."(...) "processos psíquicos até agora exclusivos à perversão enquanto patologia passam a ter presença cada vez maior na cultura." In "A recodificação pós-moderna da perversão." de Nelson da Silva Junior e Daniel Rodrigues Lirio.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

A psicanálise e a homo/bissexualidade

Freud (1905) utiliza o conceito de ´inversão´, para explicar a atração de um homem por um homem e de uma mulher por outra, classificando os invertidos em:
invertidos absolutos, ou seja, seu objeto sexual só pode ser do mesmo sexo;
invertidos anfígenos (hermafroditas sexuais), ou seja, seu objeto sexual tanto pode pertencer ao mesmo sexo quanto ao outro. (chamamos a atenção aqui para uma possível classificação bissexual);
invertidos ocasionais, ou seja, em certas condições podem tomar como objeto sexual uma pessoa do mesmo sexo e encontrar satisfação no ato sexual com ela.
Esta classificação foi organizada de acordo com as características de exclusividade na escolha objetal, estabilidade da escolha e momento de aparecimento desta. Este conceito abrandou a rigidez das fronteiras entre o normal e patológico, que eram bem demarcadas na época.
Quando Freud reúne as várias formas de inversão, acentua com isto que a sexualidade vai em busca do prazer (está sob o poder imperativo do prazer) e que não está restrita aos limites biológicos da procriação.
Freud fala que pode haver aceitação (homossexualidade egosintônica) ou rebeldia (egodistônica) por parte do sujeito invertido em relação a sua inversão.
Avaliando as construções teóricas de Freud, podemos compreender sua hipótese para explicar a possibilidade que todo ser humano teria de construir uma identidade masculina ou feminina independente de sua condição genotípica.
Todo ser humano terá de lidar, ao longo de seu desenvolvimento, com a escolha de objeto, seja ela hetero, bi ou homo. O ser humano nasceria com uma prontidão para a sexualidade e não com a escolha do objeto sexual determinada.
"Bissexualidade seria, nesse caso, a disposição originária a partir da qual cada pessoa se defrontaria, potencialmente, como os recursos que lhe permitiriam trilhar o caminho para a definição de sua identidade sexual".
Freud concebia que todo ser humano era portador de uma bissexualidade psíquica inata (Freud, 1905, 1919, 1930). Toda criança fantasiaria o desejo de possuir os órgãos genitais tanto da mãe como do pai. O fato de decidir-se por um desejo monossexual (homo ou heterossexual) constituiria uma das mais graves e frustantes decisões a ser tomada pelo ser humano (ferida narcísica) (Mc Dougall, 1997).

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Sexualidade na psicanálise

No fim do século XIX havia uma preocupação muito grande com a questão da sexualidade, pois era vista como uma determinante fundamental da atividade humana. Na gênese dos sintomas neuróticos, a sexualidade era uma evidência e o fator sexual a causa primária. Com isto, veio à criação da sexologia como ciência biológica e natural do comportamento sexual.
Diante das mesmas interrogações que seus contemporâneos, Freud, contudo, foi o único a inventar uma nova conceituação, capaz de traduzir, nomear ou até construir a prova do fenômeno sexual. Assim, houve uma ruptura teórica (ou epistemológica) com a sexologia, estendendo sexualidade a uma disposição psíquica universal e extirpando-a de seu fundamento biológico, anatômico e genital, para fazer dela a própria essência da atividade humana (Roudinesco, 1998). Em conseqüência disto, a Psicanálise confere tamanha importância à sexualidade no desenvolvimento e na vida psíquica do ser humano.
Para Freud, é sobretudo a existência de uma sexualidade infantil, que atua desde o princípio da vida, que vem ampliar o campo daquilo que os psicanalistas chamam sexual. Foi esta maior extensão do campo da sexualidade que levou necessariamente Freud a procurar determinar os critérios do que seria especificamente sexual nas diversas atividades, pois o sexual não é redutível ao genital.
Atualmente na experiência e na teoria psicanalíticas, a "sexualidade não designa apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda uma série de excitações e de atividades presentes desde a infância que proporcionam um prazer irredutível à satisfação de uma necessidade fisiológica fundamental (respiração, fome, função de excreção etc.), e que se encontram a título de componentes na chamada forma normal do amor sexual" (Laplanche, 2001).
Outro importanate conceito na Psicanálise, dentro do entendimento da sexualidade é a libido. No seu texto intitulado "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade" de 1905, Freud faz uma breve explanação sobre o que é a libido: uma pulsão sexual, uma necessidade sexual. Já em 1923 ele diz "Libido é um termo empregado na teoria dos instintos para descrever a manifestação dinâmica da sexualidade" (Psicanálise e Teoria da Libido – vol XVIII)
Libido, para Freud, englobaria todos os aspectos da energia pulsional sexual nos seres humanos. A libido pode ser dirigida para o mesmo sexo, para o sexo oposto e para si mesmo. No desenvolvimento sexual, haveria primeiramente na criança o desejo de possuir o genitor do mesmo sexo, em seguida o desejo de ser o genitor do sexo oposto. Essas duas pulsões homossexuais estão presentes em todo ser humano no inconsciente, até a vida adulta.