segunda-feira, 18 de abril de 2011

A bissexualidade inata

Em cartas trocadas com Freud, Fliess introduz a idéia da bissexualidade inata. Freud desenvolve esta idéia nos "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade", segundo a qual todos nascemos com uma predisposição à bissexualidade, e ao longo do desenvolvimento, acabamos por reprimir o desejo pelo mesmo sexo (tornando-nos heterossexuais) ou o desejo pelo sexo oposto (tornando-nos homossexuais). E seguimos carregando vestígios e aspectos da sexualidade que foi reprimida, devido à predisposição para a bissexualidade.

Torna-se difícil afirmar que uma repressão possa ser completa, portanto estes vestígios ora são muito tênues, ora são bem acentuados, mas estão sempre lá.

Ocorre que ao perceber em si que há um traço de desejo homossexual, muitos tendem a passar por uma espécie de crise.

Um dos melhores lugares para procurar nestes momentos é um consultório de um analista, em muitos outros lugares (não são todos os outros lugares, é claro) poderá se encontrar preconceito e hostilidade, acusação e culpabilidade.
De antemão, é preciso saber que sentimentos de desejo para com o mesmo sexo estão em todos nós, mais ou menos reprimidos.

2 comentários:

Luana Dorândia disse...

A bissexualidade é verdadeiramente algo inato, ao que parece afirmar a psicologia. A vida é bissexual, no que tange a estímulos. E isso é natural. É inerente aos mamíferos. No entanto, me parece que o coito anal entre machos, por exemplo, não é tão comum assim na natureza. É mais comum os machos - no caso de contato homossexual - simularem o que se faria com uma fêmea. Penso que os seres humanos, numa sociedade mais livre e menos hipócrita e amarrada em culturas fechadas, deveriam permitir o toque entre pessoas do mesmo sexo, sem que isso fosse reprovável. Talvez, desta forma, penetração e orgasmo entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo, talvez não fossem uma solução para o derrame da libido. Uma coisa importante quando usamos o biologismo para explicar o homossexualismo, é que, biologicamente, o sexo, em toda a natureza selvagem, tem, na verdade, mais função procriativa do que recreativa. O homem - como faz com tudo - amplificou a coisa para além do necessário. O homem criou o sexo subjetivo. O homem é senhor da subjetividade. Por isso tanta confusão. Inventar e resolver problemas é o principal brinquedo do homem. Boa sorte para a humanidade na tarefade amenizar as mezelas advindas da invenção do homossexualismo como instituição. Infelizmente, o fascismo ainda é, muitas vezes, um remédio amargo que se tenta usar para curar o "mal" do homossexualismo intitucionalizado. Estamos adolescendo.

Anônimo disse...

Adorei esse texto e diga-se de passagem o blog.
Aceitei uma homossexualidade com uma terapeuta, muito talentosa por sinal, e acho que essa aceitação tirou algumas toneladas das minhas costas.
Fico contente com a bissexualidade ser algo inato, afinal, os "homenzinhos" também terão chances comigo, na verdade ao contrário.