Laplanche e Pontalis nos dizem que o desejo inconsciente tende a realizar-se restabelecendo os sinais ligados às primeiras vivências de satisfação (que são experiências de apaziguamento de tensões internas criadas pela necessidade).
Ou seja, nós tentamos nos satisfazer tentando obter novamente aquela satisfação primária de uma primeira mamada no seio de nossa mãe. É uma busca bem frustrante, pois quando bebês nós sentimos o seio de nossa mãe como parte de nós e que está ali para nos satisfazer.
Enquanto adultos, a busca por satisfação requer muito mais esforço e nós vamos nos dando conta disso desde muito pequenos, e isso é bom.
Na realidade nós permanecemos com nossos desejos inconscientes de plena satisfação durante toda a vida e é exatamente pelo fato de a realidade não permitir que nos satisfaçamos plenamente que criamos nossos sintomas neuróticos. E somos praticamente todos neuróticos.
É num processo de análise que podemos reconhecer nossos sintomas para que então possamos aprender a lidar com eles com menos sofrimento e angústia.
Nunca é demais ressaltar, o processo analítico traz inúmeros benefícios.
Um comentário:
o tema, sobre a felicidade perdida, é um clássico da psicanálise. isso quer dizer que é impossível sermos felizes como são os bebês? sendo assim- e quase sei que é - uma grande bobagem na vida seria buscarmos a "felicidade". tudo é tão complexo e confuso... não é mesmo?
leocádia florestan.
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