segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sim, Freud já foi muito criticado, e ainda é.

Imaginem... em 1900 Freud afirma que não estamos no controle de nossas ações e que estamos sujeitos às determinações de nosso inconsciente, em 1905 Freud afirma que existe sexualidade infantil, em 1924 afirma que existem instâncias psíquicas que não se pode localizar em nossa anatomia, entre outras afirmações que por si só já podem ser consideradas uma afronta à moral e a ciência de hoje, que dirá da época.

As críticas à Freud partiram não só de antropólogos como Malinowski, quando derrubou a afirmação de Freud sobre a universalidade do complexo de Édipo, mas partiram também de seus seguidores, como Jung e Adler, entre outros, que enfim romperam com Freud e rumaram outros caminhos com suas próprias idéias de verdade.

No fundo acho que é isso, as pessoas acreditam nas suas verdades e brigam por elas exatamente por acreditarem nelas.

Há muitos autores que escreveram coisas interessantíssimas e que nos fazem crer que aquela deve ser a verdade, como Sartre e Foucault...

Todos eles, Freud, Sartre e Foucault, de certa maneira e a seu modo, disseram que viver envolve sofrimentos necessários. Talvez o pulo do gato seja partir dessa premissa e se jogar na vida, afinal, você já vai sofrer mesmo, não há do que tentar se safar.

Todo escritor quando expõe suas verdades ou idéias está pondo a cara a tapa pra aquele que discordar dele, aliás toda pessoa que se comunica está sujeito a receber críticas por aquilo que diz... você vai ficar quieto por isso? Eu não!

Um comentário:

lucie franco da mata disse...

a universalidade do complexo de édipo, me parece e sempre me pareceu, de fato, um grande problema, mesmo quando associado a "hamlet", que, em outra época, o retoma, ainda que de maneira diferente. o que você escreve sobre o sacrifício é um achado - não que já não saibamos disso. é que isso que você aponta é muito sóbrio. tão sóbrio que parece ser uma espantosa novidade, num mundo em que vivemos suspensos. parabéns pelo seu trabalho.