Quando vejo uma mãe que não consegue negar nada ao filho, prevejo um futuro muito infeliz para ele e para ela.
Dizer "não" é amar, mas muitas mães acham que não, que por muitas vezes fazerem o filho chorar, elas podem não estar fazendo bem a ele, mas estão.
O "não" ensina que o mundo impõe limites aos nossos desejos. Filhos que ouvem "não" estão mais preparados às possíveis frustrações que vierem a sofrer, e, cá pra nós, não há quem não as sofra.
O "não" contorna, explica a realidade. Assim como o "sim" acolhe, aconchega, o "não" protege, educa, previne, constrói, desenvolve. Os dois devem estar presentes e devem fazer sentido pra criança, não devem ser contraditórios e o ideal é que pai e mãe ou cuidadores estejam em sintonia quanto ao que merece um "sim" e o que necessita um "não".
O adulto que quando criança só ouviu "tá bom", "pode", "sim", "claro", "meu filho não pode ficar sem", corre o risco de se frustrar de forma muito sofrida diante dos "não posso", "não dá", "agora não", "você está demitido", "vamos terminar". E o curioso é que muitas vezes esse adulto sofrendo de frustração recorre à mãe, que fica desejando resolver as frustrações do filho, emprestando o dinheiro que ele deve ao banco, dando casa, comida e roupa lavada ao trintão desempregado, e por aí vai...
É algo simples, mas que resolve muitas coisas.
Claro que se a mãe está com muitas dificuldades em dizer "não", ela pode estar precisando de uma ajuda profissional, pois pode ser insuportável pra ela ser aquela que vai cortar o barato do filho, ainda que pra fazê-lo feliz no futuro.